Após atuar em Canoas, durante as enchentes, para agilizar a emissão de segundas vias de documentos perdidos pela população na catástrofe climática, o projeto Justiça Itinerante retornou à cidade. Desta vez, a convite da Universidade LaSalle, que promoveu o evento "Dia da Responsabilidade Social", oferecendo persos serviços gratuitos à população. A ação ocorreu durante toda esta quarta-feira , na Comunidade São José Operário, localizada no bairro Mathias Velho. Só no espaço do Judiciário, foram realizados 115 atendimentos.

A gestora do Projeto Judiciário Solidário, que engloba o Justiça Itinerante, Desembargadora Gisele Anne Vieira Azambuja, acompanhada de servidores, atuou na triagem dos atendimentos.

"Muitas pessoas de Canoas perderam absolutamente tudo. É também função nossa servir, ajudando de todas as formas possíveis. A parceria com persas instituições nos permite prestar um bom trabalho", destacou a magistrada.

Também prestaram atendimento à população os Juízes de Direito da Comarca de Canoas, Sandro Antônio da Silva, do 2º Juizado da 3ª Vara Cível, e Diego Leonardo Di Marco Pineiro, da 2ª Vara de Família e Sucessões.

Para o Juiz Sandro, "é de suma importância o Judiciário estar presente na comunidade, desta vez no bairro Mathias Velho, dando continuidade à ação que já vem sendo desempenhada pelo Tribunal em Porto Alegre."

O Juiz Diego, que participou das atividades do Justiça Itinerante Emergencial, destacou a relevância de ações como essa. "Canoas foi, em números absolutos, a cidade com o maior número de pessoas atingidas pela enchente. Este lado oeste foi ainda mais afetado. Estarmos aqui, contribuindo nessas iniciativas de atendimento às pessoas mais carentes, é essencial para devolvermos a dignidade à vida delas", afirmou.

A primeira a ser atendida, a aposentada Marilda Teixeira, de 68 anos, solicitou a segunda via do registro de pórcio, perdido na enchente.

"Cheguei bem cedinho para garantir o meu atendimento. Acho maravilhoso, pois muitas vezes não sabemos exatamente onde ir para buscar o que precisamos. Aqui, me explicaram tudo e indicaram para onde devo me dirigir", relatou.

A construtora civil Núbia Soares, de 27 anos, foi ao local para verificar o andamento de um processo judicial sobre pensão alimentícia. Ela ficou sabendo da iniciativa em um grupo de WhatsApp da rua onde mora, criado pelos moradores durante a catástrofe climática. "Ficamos sabendo que juízes estariam atendendo também. Conversei diretamente com o magistrado que atuou no meu processo", comemorou.

Além do Judiciário gaúcho, estavam presentes a Defensoria Pública do Estado, o Ministério Público do Estado, o Tribunal Regional Eleitoral do RS, equipes dos cursos de Direito e Serviço Social do UniLaSalle e a Fundação Pan-Americana para o Desenvolvimento , instituição que auxilia migrantes na atualização de documentos e encaminhamento a vagas de emprego.

Sobre o projeto

Por meio do Projeto Justiça Itinerante, o cidadão pode buscar informações jurídicas sobre questões de pórcio, pensão alimentícia, guarda de filhos, conversão de união estável em casamento, investigação de paternidade, ingresso de demandas junto ao Juizado Especial Cível e ainda obter orientações em questões de Direito Civil, como usucapião, contratos bancários e direitos do consumidor.